sábado, 11 de dezembro de 2010

NATAL
Correndo apressado a comprar o presente
Lá vai o menino d'outrora diferente
E a lareira acesa que então aquecia
Foi posta de lado...pois já não ardia

São os teclados, nas mãos ocupadas
São os desgraçados
São os condenados...às vidas roubadas

E o Natal d'outrora que tantos sentiram,
que tantos perderam e não mais o viram

"Transformado hoje em luz e ilusão
É tão pequenino
Nesta confusão"

E o Mundo cá fora
que corrompe e rói
Esqueceu o menino



Que então era Herói!...

Filhos

Que são filhos?

São o ar que respiramos
São pedacinhos de nós
São a luz dos nossos olhos
São o eco...a nossa Voz!
São o fruto do que somos
Aquilo que ensinamos
São o que nós construímos
São os exemplos que damos!
São a luz, a comunhão
Que nos leva a comungar
São o cajado que temos
Que nos impele a andar
São aquilo que nos move
Mesmo quando a vida dói
São o muro que levanta
O que a vida ás vezes destrói.
São as rosas, as flores
O jardim que plantamos
São desenhos multicores
São os sonhos que sonhamos!

Os filhos.. que são então?
São de viver a razão...
São pedacinhos de nós

São o Eco...a Nossa Voz!

São a luz do nosso olhar
São o nosso caminhar!...

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Beijei tuas mãos

Fixava teu rosto
teus olhos estavam cerrados,
fechados para sempre
Para sempre fechavas a tua boca
que tantas vezes, palavras de coragem
tinham pronunciado.
Tuas mãos cruzadas sobre o peito
ressequidas pela doença
pela vida tão dura que levaste...
Estavas ali, mas...
já não eras tu
Não podia ser teu, aquele corpo
parado, adormecido
Beijei teu rosto tantas vezes,
julgando ver de novo abrir teus olhos
ver de novo o teu sorrir
ouvir de novo a tua voz.
Mas, mais que o teu corpo, o teu rosto, a tua voz

Beijei tuas mãos
quanto trabalho elas fizeram ó pai...
Como as soubestes empregar!
Quantas vezes olhei para elas
E as vi calejadas, cansadas
Escuras pela vida dura e difícil que levaste
...mas eram lindas!
Quanto orgulho eu sinto por elas
Ontem, hoje, sempre!?
E lembro que doente e, já parado
no velho sofá sentado
Tu as olhavas tantas vezes...
tão desesperado!
Sentias de dia p'ra dia teu corpo morrer
e vias tuas mãos desfalecer
E, quando para sempre sobre o peito
As tuas mãos te cruzaram
Essas mãos que tanto trabalharam
Eu de novo quis beijá-las
Com minhas lágrimas molhá-las
Com meus beijos aquecê-las
e protegê-las
Eu quis dar-lhe vida
De novo vê-las mexer
e para sempre, para sempre
VIVER!...
 
Em memória do meu pai, falecido em Janeiro de 1981

Escrito em Maio de 1987

O Pastor

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Momentos Felizes

A uma heroína...a minha mãe

Mãe

É sinónimo de Santa
Que eu poria no altar
É palavra pequenina 
Que soletro de menina
Baixinho...como a rezar!
É a luz que me ilumina
E que guia os meus passos
Que me tem sempre menina
E me acolhe nos seus braços...

É sinónimo de Santa!

É pura como Maria
É o ar que eu respiro
É minha paz e alegria
É bondade, simplicidade
Minha vara de condão
É tudo o que me invade
Cá dentro no coração

É sinónimo de Santa!

É bela como uma flor
É a musa que me inspira
É sinónimo de Amor...
É força, é luta, é coragem
É minha mãe a imagem
De dádiva e gratidão...

É sinónimo de Santa!
Que eu poria no altar
E a seus pés ajoelhada
Eu quereria rezar!!!


domingo, 5 de dezembro de 2010

Família

Familia
É o estandarte, o porto de abrigo
É o suporte, é o incentivo
Família é a força, é a coragem, é a nossa razão
é o ralhar, é o ser capaz de dizer não
...porque grande o Amor








Família
é quem está ao nosso redor...
Visceralmente ou não,
Família é quem nos quer sem distinção
É o amuleto é a união



Família é quem nos enxuga as lágrimas
e nos alivia a dor
Família é sinónimo de Amor
Família é engrandecer com o nosso sorriso
Família é estar presente sempre que preciso!

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Avé Mundi

O teu retrato

Pintei de negro as minhas vestes.
Defronte ao retrato, que não vira antes,
Que constantemente beijo e acaricio
acendi uma vela...
Como se necessário fosse iluminar-te o rosto
Oh,o rosto…de olhar cada vez mais vivo e penetrante
Que busco?
Que procuro,
Aqui e além,
Nesse lugar onde outrora não fui
e vou agora tantas vezes!
Que vejo?
Que espero encontrar?
A razão? 
O fim do sonho e da ilusão?


Até quando meu irmão…até quando!...